Ecoa
Catequese para a Ortopraxe
Autoria: Pe. Irala

Introdução
Segundo nosso costume a catequese mais intensiva é feita em ocasiões que antecedem à recepção de 4 primeiros sacramentos.

1) Antes do batismo, preparando pais e padrinhos
2) Na preparação da criança para a primeira comunhão
3) Na preparação dos adolescentes para a Crisma e
4) Na preparação dos jovens casais para o Matrimônio.

Cada Paróquia se esmera em colocar gente qualificada e abnegada que dedica bom tempo a essa tarefa.

Mas acontece que, por alguma razão, não conseguimos o efeito procurado que seria termos cristãos ativos e praticantes. Sou sacerdote e tenho bastante experiência de confessar crianças antes da primeira comunhão, jovens antes da Crisma e do casamento: quando pergunto quanto tempo faz que não comungam e confessam, geralmente respondem que desde o evento anterior, desde a primeira comunhão, ou desde a Crisma. Também raramente sabem dizer qual é a obrigação que tem como cristão de confessar cada certo tempo. Os espaços entre os sacramentos ficam vazios de prática e assim de catequese e sobre tudo vazios do alimento eucarístico que também educa, que também catequisa.

– Parece-me também, que os colégios religiosos não têm encontrado caminhos para formar todos seus alunos na religião dos seus educadores. É exasperante a quantidade de ex-alunos/as de colégios religiosos que são apáticos ou detestam qualquer referência religiosa, pela falta de adequação da linguagem e/ou por traumas provindos de má conduta de educadores que, às vezes ultrapassa toda civilização, como abuso de menores e sequelas.

A Arquidiocese de São Paulo está realizando nos anos 2018-2020 um Sínodo Diocesano para estudar todos os problemas da pastoral, incluindo é claro, a catequese. Do documento escrito por Dom Odilo Scherer, cito o número 4.1.

No passado, os católicos ‘não-praticantes’ continuavam, de alguma forma, a identificar-se com a Igreja Católica. Na atualidade, isso está mudando rapidamente e, cada vez menos, esses irmãos ‘não-praticantes’ identificam-se com a fé da Igreja e com a prática da vida cristã. Cada vez mais eles se desligam da Igreja e da fé católica, aderem a outros grupos religiosos ou tornam-se ‘indiferentes’ à religião. Como consequência disso, já não realizam mais o casamento religioso, mediante o Sacramento do Matrimônio, não fazem batizar os filhos, nem os encaminham para a catequese e outros sacramentos de iniciação cristã (Crisma e Eucaristia). E assim aumenta rapidamente entre nós o fenômeno dos novos ‘pagãos’, filhos e netos de pais e avós católicos praticantes. Isso não nos deve deixar indiferentes. O que podemos fazer?

Constatou-se um crescente distanciamento e falta de identificação de católicos em relação à nossa igreja, como se fossem filhos que não se identificam com a própria família. Como entender isso e o que pode ser feito para mudar essa situação? Cresce uma certa mentalidade ‘consumista e mercadológica’ em ralação à igreja e à religião, onde a paróquia, em vez de ser entendida como ‘comunidade de pertença’, da qual se participa, é vista mais como ‘fornecedora’ de bens e serviços religiosos oferecidos no ‘mercado religioso’… De certa forma, isso pode se enquadrar na cultura atual, marcada pelo subjetivismo e o individualismo até mesmo na religião. Mas isso não vai bem e não nos deve deixar indiferentes! Que podemos fazer? Essa pergunta: O que podemos fazer? Nos introduz exatamente na necessidade da ORTOPRAXE.

Ortopraxe

UMA BREVE TEOLOGIA PARA A ORTOPRAXE:

Precisamos de uma catequese para a ortopraxe, que forme cristãos que professem e pratiquem alegremente sua religião.

Tem se insistido muito na ortodoxia, ou seja, no “acreditar certo”, mas a prática, (a praxe) tem ficado um pouco de lado na catequese.

Quando eu me preparei para a primeira comunhão, pelos idos de 1948, minha mãe catequista, me fez aprender definições que até hoje lembro e não acho ruim ter aprendido. Eu também fui catequista dos 14 aos 19 anos, antes de entrar para a vida religiosa como jesuíta aos 20 anos e depois, por diversos tempos e lugares da América Latina (Bolívia, Chile, México, Paraguai, Equador, Brasil).

Muitas das pessoas que fizeram e fazem OPA, (Encontro de Oração pela Arte) são também catequistas nas diversas dioceses e paroquias em que atuamos.

Quando iniciei a teologia, em São Leopoldo RGS em 1966, uma das primeiras descobertas, foi a frase de Carl Ranher, o maior teólogo do século passado, “A Trindade in se é a Trindade económica” (A Trindade é, em si mesma, como ela atua por fora). Preocupado em saber como seria Deus em si mesmo, achei aqui uma resposta muito esclarecedora.

Quer dizer que a gente sabe como é Deus “por dentro” quando analisa o que ele faz, “por fora”. E o que Deus faz por fora?

– Deus Pai, Javé, cria o mundo e o universo, a natureza, o ser humano e isso aqui e agora: Ideal: Criatividade.
– Deus Filho: Jesus integra em si o Criador e a criatura: Jesus é o maior integrador: Ideal: Integração
– Deus Espírito Santo, é a Comunicação de Deus. Dom de

Deus se nos comunica como graça: Ideal:

Comunicação.

Deus Pai é o Criador: é o que afirmamos na primeira frase do Credo: “Creio em Deus Pai, Criador…” Diante da
terrível onda de incredulidade e ateísmo atuais, nós afirmamos que acreditamos, não só que Deus existe, mas
que é Ele o criador de tudo. Mais ainda, que está criando tudo no nosso presente, como-que nos desafiando a
sermos também co-criadores. E ainda mais, que nos ama como Pai.

Como exercemos nossa fé em Deus Pai na ortopraxe?

É importante que pai e mãe se considerem co-criadores
desta criança que nasce ou está em gestação. O pai da criança e a própria mãe, desde o conhecimento da concepção, e especialmente depois dos três meses, falam e cantam para a criança sobre o amor de Deus, o Papai do céu. Nós do OPA já fizemos um CD chamado “Meninando” que contêm canções feitas por pais e mães para ninar a criança na barriga.

Está provado que os bebês na barriga da mãe ouvem e
entendem o amor da mãe nessas canções. Os bebês escolhem músicas se mexendo na barriga da mãe e
depois de nascidos demostram de várias maneiras qual a música que escolheram. Já experimentamos isso, e é
de admirar. É importante que também o pai cante. Não precisam cantar como profissionais, mas apenas com
o que alcançam suas habilidades. E, em último caso, vale falar com carinho transmitindo esta mensagem:
Papai do céu te ama com meu amor”.

Nesta época, em que, sobretudo a mãe, repousa e se concentra mais em si mesma e no pequeno ser que leva nas entranhas, é muito proveitoso ver filmes que mostram as
maravilhas que se realizam no seu interior de mãe e nas mudanças de sua própria psicologia na gestação de
um novo ser. Não apenas o mundo foi feito por Deus, mas o Pai do céu está operando esse milagre, essa maravilha que é cada passo da concepção e do embaraço. Repetir a oração da mãe dos Macabeos “Ignoro – dizia-lhes ela – como crescestes em meu seio, porque não fui eu que vos dei o espírito e a vida, não fui eu que ajuntei os vossos membros. Mas o Criador do mundo, que formou o homem na sua origem e deu existência a todas as coisas, vos restituirá, em sua misericórdia, tanto o espírito como a vida, se agora fizerdes pouco caso de vós mesmos por amor às suas leis.” (II Macabeus 7, 22)

Batismo: Espírito de filiação:

Pelo batismo somos chamados a sermos lavados de nossa mácula original e a entramos na família cristã para sermos filhos adotivos do amoroso e misericordioso Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. É Jesus, o Redentor e reconciliador quem nos apresenta: somos sua prenda, e ao apresentar-nos como irmãos seus, nos faz co-herdeiros do reino. Aparece então com força o fato de sermos filhos amados pelo Pai, Papai do céu.

A cerimônia do batismo, com a unção da criança como sacerdote, profeta e rei (rainha) nos apresentam a dignidade e os carismas que carrega esta nova criatura.

– O que profetisa uma criança? Ela está demostrando uma aposta de Deus na sobrevivência da espécie humana, a esperança de um crescimento em número e qualidade.
– A dignidade de uma criança como rei ou rainha só se pode entender quando se pensa em Maria, mãe de Jesus ou em José seu pai. Essa dignidade é afrontada quando falta pão e leite para todos e todas as crianças, quando não se tem educação digna e feliz, quando pedófilos abusam de menores. Estes perversos merecem… (O que seria compatível com tal crime, para que eles paguem justamente por tamanha atrocidade?)
– Esta unção sacerdotal é semente que vai brotar e crescer com força até a Crisma que reconhecerá no jovem a maturidade de ser soldado/a da Igreja, adulto/a capaz de gerar novos cristãos.

Desde pequenas as crianças devem ser familiarizadas com seu anjo da guarda. Devem aprender a rezar, a se comunicar com Papai do céu, com a mãezinha de Deus, Maria; devem aprender de cor as orações e a devoção que as vezes as leva a verem e falarem com a divindade. Tudo isso é tarefa alegre e feliz do pai e sobretudo da mãe. E principalmente na hora de dormir, é a hora de escutar as histórias antigas da grande família e nomes da genealogia, como também começar a incluir avôs e sobretudo avós, primos e primas, tios e tias madrinhas e padrinhos. É hora de aprender a falar, a engatinhar, caminhar, cantar e dançar. De brincar, de fazer roda, tudo na alegria que a criança traz como herança do paraíso terrenal.

As cerimônias e as festas que se fazem e que marcam a realização de nossos sacramentos hoje em dia, foram aos poucos se igualando às festas tradicionais pagãs, tomadas pelo consumismo. Quem sabe história sabe que a Igreja assumiu nos seus primórdios essas festas tanto hebraicas quanto pagãs realizadas em tempos dos equinócios, das colheitas, das viradas de ano, nas luas cheias, e outros eventos naturais que se prestam a essas festividades. Nada contra.

Agora parece que o mundo do comércio invadiu esses espaços sagrados e encheu o templo de vendedores esquecendo a oração, a reverencia e vivência interior. A primeira comunhão e o casamento parecem finais de contos de fadas, sendo que todas duas não são “final” e sim
começo de uma vida especial e diferente. Nasce isto de uma mentalidade que eu chamo de “MENTALIDADE
MÁGICA”.

HARRY POTTER:

Quando terminou a venda do oitavo volume da série Harry Potter, haviam sido vendidos 430 milhões de exemplares. Cada livro vendido supõe, com certeza, ainda mais leitores. O que significa isto?

Para mim significa que milhões de jovens de uma geração viram seus retratos nestes livros e filmes. E mais ainda, nestes livros e filmes viram retratados seus sonhos e aspirações. Apenas trocar a varinha mágica pelo botão do
celular e vemos centenas de milhares de jovens entregues ao exercício mágico de resolver problemas, responder a perguntas por máquinas super-potencializadas que poupam o trabalho de pesquisar que tinham os antigos. Tudo isso vem de uma mentalidade mágica enganadora que desvia a atenção da educação, para a informação e da qualidade da informação para a quantidade de informação. Isso é resultado e causa de uma mentalidade mágica.

Tratando como estamos de quatro realizações que em si deviam ter:

– Início dado por uma intenção, um projeto (batismo, primeira comunhão, crisma, casamento)
– preparação acurada, minuciosa e trabalhosa,
– para a realização do evento, num marco de celebração e festa.

O que acontece muitas vezes é que, imbuídos de uma mentalidade mágica arrebatadora, estes eventos, que em si deviam ser sacros e religiosos, são tomados pela mentalidade mágica, quando se tem apenas um início e um final do projeto, sem a vivência de processo. E o processo, segundo a tradição bíblica é entendido como seis dias de trabalho para terminar no sétimo dia de descanso e entrega a Deus. O mandamento de trabalhar seis dias e o sétimo descansar:

Não é o nosso assunto agora saber se Moisés escreveu tudo ou parte do Pentateuco, mas sim acreditamos que os mandamentos sim, foram escritos por Moisés. Esses mandamentos estão detalhados em vários lugares: Decálogo (Ex 20,8), Deuteonomio (Dt 5,13), Decálogo ritual (Ex 34,21), Lei de Santidade (Lev
23,3), Código Sacerdotal (Ex 31,15).

Em todos esses lugares descreve-se o terceiro mandamento com essas palavras.

Ali vemos, que o MANDAMENTO DO TRABALHO, está unido ao MANDAMENTO DO DESCANSO, numa única empreitada. É mais fácil entender isto quando, a partir do relato da criação vemos que toda “Obra de Deus” se faz assim.

1) Na narrativa do gênesis (Gen 1) se coloca Deus trabalhando como um arquiteto – fazendo planos de estruturas para
2) nelas colocar seus respectivos habitantes. E finalmente
3) celebrar: descansar.

Cria ordenadamente as casas num período de 3 dias e depois os habitantes, no quarto, quinto e sexto dias.

Na catequese da ortopraxe damos importância a essa criação em 6 dias como um protótipo da realização de
um empreendimento humano ao modo de Deus, seja ele individual-pessoal ou coletivo-comunitário.

Assim como Deus criou o céu e a terra em seis dias” assim o ser humano deve realizar suas tarefas ao modo de Deus, em seis dias, e no sétimo concelebrar com Deus. Todo mundo aceita hoje o valor simbólico e não numérico desses dias: são etapas de um processo que se realiza num tempo ordenado. Nem todo tempo trabalho, nem todo tempo descanso. Mas trabalho e descanso numa proporção de 6 a 1.

Por isso nossa catequese se realiza por passos, por etapas, para chegar a construir uma obra bem começada e bem
terminada. Como diria o próprio Jesus: antes de mais nada colocam-se os cimentos sobre pedra (e não sobre areia) para não vir tudo depois acabar em ruínas.

1) A Criação: Deus cria fazendo planos, criando casas, para nelas depois colocar os habitantes. Isto é: “Deus trabalha” (fizemos com o OPA um Vídeo que explica bem esta criação).
2) No tempo do dilúvio: Noé constrói a arca e fica nela 40 dias (6 semanas): e aparece o arco íris da paz com Deus.
3) História de Abraão: espera anos pelo filho que “deve ser sacrificado” e ganha a promessa.
4) História de José: muito sofrimento e final de redenção.
5) História de Moisés: 40 anos (6 semanas de anos) no deserto para chegar a terra prometida.
6) Naaman o sírio: espera de uma ação mágica e Deus responde com o milagre atribuído a fé.
7) O povo no exílio: promessa 40 semanas de anos (6 semanas) para a chegada do Messias prometido.
8)Jesus nasce humilde, cresce escondido, 30 anos.
9) Jesus jejua 40 dias (6 semanas), é tentado magicamente pelo diabo que ele se recusa a adorar.
10) Jesus morre e descansa um sábado no sepulcro: nasce a nova criatura.

Assim nós temos cuidado de preparar a criança 7 anos para a primeira comunhão, outros 7 para a Crisma e outros 7 para o casamento. (Como sempre o número 7 é apenas simbólico). Preenchemos assim os 7 anos entre o batizado e a primeira comunhão, entre esta e a Crisma, e ainda, entre a Crisma e o casamento.

Nesses espaços, há também a Missa dominical que não pode faltar. Na verdade, a catequese (e a oração) da Igreja para o leigo estão dosificados na pregação das celebrações dominicais, de modo que ninguém pode ser analfabeto na ortodoxia e na ortopraxe se fielmente acompanha a missa dominical.

História

Breve histórico do meu trabalho:

Quero expor uma nova abordagem, nascida de uma nova experiência na qual trabalhei por mais 40 anos.

Comecei a trabalhar com encontros para jovens em 1970, seguindo Pe. Haroldo Rahm que havia fundado o TLC (Treinamento de Liderança Cristã). Com o TLM ensinei aos jovens música nova e adaptada para cantar na liturgia em vernáculo.

Ao TLM seguiu o OPA (Oração pela Arte) que integrava todas as artes, na proposta de:

– encontrar os caminhos de oração através de sua arte e
– ensinar outros a rezar com essa sua arte.
– Muitos dos produtos desse trabalho estão publicados em nosso site: www.opa.art.br

Desde o primeiro OPA, que foi realizado em Salvador em setembro de 1976, realizamos inúmeros encontros além de Salvador, em Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Teresina, Bauru, Goiânia, Santos, Itumbiara, Varginha, Vitória e no exterior, no Paraguai e no Equador.

Devo dizer que quando comecei a trabalhar assim, o superior provincial pediu-me expressamente que em cada lugar que eu visitasse, falasse antes com o Bispo e as autoridades do lugar, diretores/as de colégios etc. coisa que cumpri religiosamente.

Além do mais, por causa do sucesso de minhas canções, especialmente o Creio e a Oração de São Francisco eu já vinha prevenido por um conhecimento prévio.

Temos, pois, uma experiência de mais de 40 anos com Encontros, que se tornaram um sistema de formação permanente para jovens primeiro, e para crianças e adolescentes depois, já que esses jovens casaram e trouxeram seus filhos/as para os Encontros.

No último Encontro Nacional do OPA, (8 dias em janeiro de 2019) tivemos pessoas de todas as idades, acompanhando os jovens que ainda são maioria. Tinha duas meninas de 6 anos outros de 10 anos e assim, 14, 16 anos. Até um casal do OPA de Belo Horizonte trouxe consigo a menina que adotaram faz anos, anencefálica que não se encontrou estranha no meio da alegria dos jovens e
de todos.

Toda essa experiência nos permite afirmar que o que estamos propondo, já fizemos. Inclusive superamos tempos difíceis, tempos de ditadura, em várias localidades do Brasil, Equador, Paraguai, sem contar com subsídios externos, mas apenas com os nossos próprios parcos recursos, cada um pagando sua estadia e viagens. Falo em plural porque somos muitos os que tendo perseverado nesses encontros, continuamos transmitindo nossas experiências que, agora queremos passar para toda a Igreja.

Além de mim, tem muitos e muitas jovens e adultos do nosso grupo que já trabalham da maneira tradicional com a catequese.

Em Boston, Ma (USA) Maria Guadalupe Moog Rodrigues (ex OPA-Rio) trabalhou por mais de 12 anos, numa experiência chamada “Arts based program” transmitindo as noções de catequese para crianças entre seus 6 e 12 anos através das artes, trabalhando junto com pais e mães catequistas, usando nossos métodos. Ela é doutora em ciências políticas e professora da Universidade Holy Cross, dos jesuítas e muitos dos pais dessas crianças eram filhos/as de pais, professores do Boston College dos Jesuítas e até do MIT (Massachusset Institute of Tecnologie).

Essa catequese começa no ventre da mãe, quando ela canta para seu bebê, cantigas de ninar feitas por ela mesma, ou junto com o pai. Canções que digam esse amor de Deus que se faz amor de pai e mãe e que, com a suavidade caraterística e apropriada, transmite segurança, enlevo e desejo de nascer, de viver e crescer a vida plena que é a vida em Deus.

Essa catequese continua quando na hora de dormir, pai e/ou mãe contam historinhas da bíblia, da religião e da família que se depositam com suavidade no mais profundo do coração da criança amada.

Sabemos que a criança quando gosta de algo, repete ou pede para repetir. Essa repetição converte tudo em arte, cantilena, arrulho, cantiga de ninar.

Assim como os passarinhos catam comida, mastigam e depois regurgitam para nutrir seus filhotinhos, assim os pais pegam as difíceis explicações da religião e as  transformam com todo amor no linguajar da própria criança que, por sua vez “inventa” palavras e modos de dizer assim como inventa apelidos e batiza seus irmãos e irmãs e até os bichinhos de estimação.

Esta é a catequese radical que estamos propondo. Desde o ventre da mãe.

ECOA

O ECOA: Encontro de Catequese Oração e Arte.
 
Transfere toda a tecnologia do OPA para a Catequese.

Ser católico é ter um Deus que é uno e trino.

– Deus Pai Criador, vem a nós com a criatividade dos pais que nos criam em vários sentidos, entre eles o de ser
partícipes dessa criatividade do Pai.
– Deus Filho Integrador: Ao se integrarem para serem “dois em um” (como define Jesus em Mc 10, 6-9), os casais imitam o Filho que é integrador.
– E ao comunicarem seu amor como sendo o amor de Deus para seu filho ou filha, movem em si a força do Espirito Santo, que é Dom de Deus, graça. Este amor é o que santifica a entrega corporal do homem e da mulher como sendo imagem e espelho do amor que Cristo tem pela sua igreja, que São Paulo chama “mistério” (Efésios 5, 25-32).

Este é o principal motivo, o principal objeto, a principal realização da catequese que é comunicar o amor de Deus através do seu próprio amor.

– Criatividade:

Os participantes não precisam ser profissionais nas diversas artes, mas amadores. Entre os dirigentes precisamos de alguns que sejam melhores em música, dança e teatro. 

Trabalhamos com todas as diferentes artes.

– as visuais: pintura, escultura, colagem, origami, costura, modas, fotografia;
– as acústicas: música, oratória, poesia, teatro, dança, expressão corporal;
– as artes integradas como o cinema e audiovisuais em geral; vídeos, clips…

Se tiver alguém que queira participar na arte culinária, aceitamos Se não temos alguém participante em alguma arte não forçamos a inclusão com aulas ou qualquer coisa semelhante.

O que nos interessa é trabalhar criando coisas que ainda não existem ou não sabemos da existência, mas também com coisas que já existem, canções, filmes, etc. contanto que observemos as leis de direitos autorais.

– Integração:

Jesus integra em si o Criador e a criatura. “Ens in se e ens ab alio“, nos termos de Santo Tomás.

Vale notar que estas distinções são de Aristóteles, filósofo pagão, e apenas assumidas por Santo Tomás de Aquino e a escolástica. Unindo numa única natureza as duas naturezas, a divina e a humana, como nosso Irmão Jesus, integrador, lutaremos por integrar.

Tradição e a evolução
O passado e o futuro
Os olhos e os ouvidos
A flor silvestre e o 
Inteligência e experiência
Trabalho e pensamento,
As mãos e os pés caleidoscópio
A teoria e a prática
Ação e contemplação,
O coração e a cabeça
A TV e o cinema
Oração e apostolado,
Oriente e Ocidente,
A vida e a morte
O teatro e a dança
A ciência e o humanismo,
A caridade e a justiça,
O caipira e o rock
Melodia e harmonia
Liberdade e compromisso,
A graça e a coragem de ser,
O anglo saxão e o latino
Luz e sombra
Juventude e maturidade,
A revolução e a paz,
As artes e o esporte
Ativismo e êxtase
O amor e a morte
O homem e a mulher.
A quaresma e o carnaval.
O natal e o advento.

No OPA nós temos a prática dessa integração já bem assentada. Quem entra num Encontro do OPA de repente, encontrará, idosos de 83 anos como eu e outros, crianças, jovens, adultos, trabalhando harmonicamente sem conflitos, sem atritos, com uma finalidade comum, chegar a Deus com a oração através da arte e (comunicar) ajudar outros a chegar a Deus através dessa sua arte. (Às vezes, mães levam crianças de colo, ou engatinhando, que são cuidadas ou pela avó, tia, ou alguma menina adolescente que adora isso).

– Comunicação, como o Espírito Santo, Comunicador.

Quando Deus comunica, comunica a si mesmo e o resultado é a Graça, a gratuidade com que fazemos tudo.

A comunicação é uma qualidade dentro de nosso modo de sermos humanos. Os avanços modernos nos meios de comunicação, nos levaram a pensar que ali é que está a comunicação.

Mas os meios apenas espelham a comunicação; a magnificam, a transmitem e a fazem ecoar pelo mundo inteiro.

Assim a televisão, rádio, celulares, internet, e todos os meios são isso, apenas meios, que se não tiverem o conteúdo que sempre é o amor, tem um resultado pífio e desviado.

A Catequese abrange 6 ou 7 períodos, que se fariam em mais ou menos tempo, quanto com mais frequência se fizerem os encontros.

Segue abaixo a ordem lógica dos temas de Encontro sem ser, porém, a ordem sequencial, que é decidida de acordo com as pessoas concretas participantes junto com as lideranças.

1.A)- A pré-história: a procura por Deus do ser humano, sem a revelação.
No ventre da mãe, canções para a mãe cantar com o bebê na barriga.
2 B)- Bíblia e história: Da criação até o dilúvio. )
2 C)- Bíblia e história: de Abraão a Moisés ) ) As histórias com a moral
2 D)- Bíblia e história: Moisés Profetas e Reis. )
5- Jesus dos evangelhos e da Eucaristia. ) Preparação direta para a 1ª Comunhão.
6- Atos e cartas dos apóstolos: A Igreja primitiva ) a Igreja como comunidade
7- A Igreja e a ciência: História dos primitivos e )
os nossos tempos ) Preparação para a Crisma. (Todos estes temas, sobretudo os históricos são assunto da “contação de histórias” cuja habilidade é treinada entre todos, dirigidos por quem sabe mais.) Os pais aprender a contar essas histórias, fazem e cantam músicas equivalentes)

Quem pode e quem deve fazer o Encontro de Catequese Oração e Arte.

Os primeiros encontros devem ser feitos por casais que já frequentam a missa dominical com seus filhos entres 5 e 10 anos privilegiando assim as crianças que se preparam para a a primeira comunhão. Todos devem ser voluntários e também aceitos pelo pároco ou bispo. O que ocorre apenas uma vez por ano.

Quando o Encontro se consolida, casais com filho/a de menos de 5 anos podem leva-los junto com uma tia ou, já
conhecendo mais o encontro, sendo cuidados pelos pais e por todos, sobretudo menina adolescente, que gosta disso.

Em nossos encontros do OPA nós temos quase sempre crianças engatinhando pelo plenário.

Os Encontros do OPA são sempre alegres e animados:

– pela presença dos jovens e crianças
– porque são criativos (não são cursos) e há sempre essa alegria da novidade
– pela presença do Espírito de Deus, sempre jovem.

A temática dos primeiros encontros é toda sugerida pela liderança, sendo que aos poucos os participantes adultos vão tomando as rédeas sugerindo temas e maneiras de fazer.

Os encontros são criativos, criamos canções, teatrinhos, desenhos, pequenos vídeos de computador, origami, que são apresentados ali mesmo e, se o padre escalar, na missa.

A apresentação dos trabalhos deve ser orientada para a oração e depois na Santa missa, para o louvor de Deus, e nisto as crianças colocam toda sua inocência que edifica os mais idosos.

Para conhecer um pouco mais da tecnologia e os produtos, pode se ver o site do OPA: www.opa.art.br

Porque começar com os primitivos.

– A maioria das pessoas inteligentes e formadas, hoje está interessada em saber como a ciência explica o começo do universo, de preferência sem Deus. É muito preponderante o sucesso de pessoas como o cientista Stephen Hawking que em sua Breve história do tempo explica quase tudo até chegar ao momento em que Heisenberg afirma a indefinição como regra. Nesse ponto ele para e afirma: “Até aqui, Deus não é necessário”.

Outro grande sucesso é Leonardo Da Vinci, tanto no filme de Dan Brown como no livro da sua vida de Walter Isaacson.

Outro livro de grande sucesso é Uma Breve História da Humanidade de Yubal Noah Sarari.

No Brasil, a pregação obstinada do ateísmo de Ricardo Boechat (+) (que eu considerava o ateu mais cristão que conhecia), Fernando Henrique Cardozo, Leandro Karnal e outros. Eu tenho respeito por todas essas pessoas por causa de sua honestidade, mas fico triste por não ver neles nem a possibilidade de compreender a necessidade da fé.

– A existência de fundamentalistas em quase todas as religiões, assusta as pessoas sensatas e as faz no mínimo caladas com respeito a tudo que fale de religião ou das origens religiosas do universo.

Está na moda ser ateu. Os e as jovens, por comodidade ou por ignorância seguem a moda.

– Muitos cientistas da atualidade aliados, astrônomos, físicos, químicos e filósofos da cosmologia e da cosmogonia estão chegando aos extremos do universo com os olhos e ouvidos e formulam teorias sobre como tudo isso começou. Professores universitários e até de escola primária, tem  convicções sobre a criação do mundo, e de alguma maneira as externam influenciando seus alunos que repetem isso como se fosse “a novidade”.

Comunidade

Trabalhar e viver na Igreja sem ser em comunidade é uma espécie de aberração, porque o próprio nome Igreja quer dizer comunidade.

As comunidades que a gente propugna tem os princípios ativos que tiveram e tem todas as que se formaram através dos tempos na história: desde as comunidades familiares, tribais, comunidades aldeãs, cidadãs etc., até as comunidades dos nossos tempos, guetos, Focolare, Schoenstadt, CVX (Comunidades de vida cristã), eclesiais de base. Queremos criar comunidades eclesiais tratando de assumir todas as qualidades das citadas anteriores, tirando algumas imperfeições.

No começo, a comunidade em estágio de formação é mais fechada, mais voltada para si, mas quando amadurecida pela ação do Espírito santo, ela se torna aberta ao mundo, à todas as paróquias e dioceses, impulsada pelo Espírito Santo que moveu os primeiros apóstolos na voz de: “Ide por todo o mundo pregar a boa nova, o Reino de Deus”.

Nisto nós usaremos um dos princípios básicos do OPA:
Anticorpos e vitaminas.

Nossa sociedade, tende naturalmente a formar comunidades, mas baseadas em princípios e finalidades naturais: comunidade de bancários, de banqueiros, de ricos, de pobres favelados, de refugiados etc.

Quase sempre guiadas por necessidades comuns e para obter fins de proveito para os participantes; mais ou menos aglutinadas; mais ou menos abrangentes ou exclusivas; mais ou menos proveitosas para o resto da sociedade. Seus valores nós iremos vitaminar.

Para elementos nocivos, nós acharemos anticorpos. Um destes aspectos que pretendemos evitar é o fato de ser apenas agrupamentos de uma faixa da sociedade. Clubes de
gente da “melhor idade”, apenas jovens, apenas mulheres, apenas crianças, apenas gente rica, ou apenas favelados, viciados em álcool, em drogas etc.

Tentamos em contraposição, tratar de não excluir e sim incluir; de não separar e sim unir. Quem quer persistir e perseverar fica, quem quiser abandonar vai embora. Usamos o discernimento para ajudar economicamente a quem precisa e seja digno, mas em geral não temos subsídios.

Se alugamos uma casa de encontros, dividiremos as despesas pagando diárias. Se precisamos viajar cada um paga o seu. Assim também, não teremos lucro algum, todos darão de graça o que de graça receberam.

Autoria: Pe. Irala

Autoria: Pe. Irala

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